Xuxa faz 60 anos e fala sobre maturidade, política e estética

 
Xuxa em boa forma aos 60 anos deitada de roupa de banho tomando Sol

A jornalista que vos fala é fã de carteirinha dela, Xuxa, que completa 60 anos um dia antes dos meus 45. Já tive fã clube, ainda tenho pastas de papel de cartas com centenas de fotos dela... enfim, coisa de fã, sabe?

Nessa reportagem especial, de Juliana Vaz, que a revista boa forma publicou nesta segunda (13) a rainha está de alma leve e vivendo plenamente os seus dias! As fotos, do seu irmão Blad Meneghel, estão deslumbrantes.

Vou deixar um trecho da entrevista aqui e o link para a reportagem completa logo em seguida! Viva Xuxa! Salve os seus 60 anos!


Em 27 de março, Xuxa Meneghel completará 60 anos e mostra que sua voz reverbera em muitas outras camadas: para além da TV, streaming e redes sociais, Xuxa empresta sua imagem e voz à luta contra crueldade animal e veganismo e é madrinha da Campanha de Vacinação do Ministério da Saúde.  

“Procurei a Janja [a primeira-dama] e me coloquei à disposição. Eu fiz isso com todos os ex-presidentes do Brasil. Menos para aquele indivíduo [ela se refere a Jair Bolsonaro]. É um retrocesso absurdo a queda de vacinação infantil. Dizem que quando querem acabar com um povo, acabam com as crianças. Então não vaciná-las, é a pior coisa que alguém pode fazer. A maior demonstração de amor que um pai  uma mãe pode dar para o seu filho é vaciná-lo”. 

À revista Boa Forma, ela falou sobre esse “ativismo” político, sobre sua alimentação como algo voltado ao bem-estar dela e do planeta, sobre cuidados com corpo e pele e sobre a maturidade que vem com a idade. 

ENVELHECIMENTO E MATURIDADE:

Os comentários que apontam que você envelheceu mexem com você?

Eu sei que envelheci. Eu trabalho com a minha imagem e me olho no espelho todo dia, não precisam dizer isso.

Poucas pessoas sabem, mas como eu comecei a trabalhar com a minha imagem aos 16 anos, quando eu cheguei com 26 anos, eu já havia feito, se não me engano umas 11 capas da Revista Nova. Lembro que aos 20 anos, falei para uma diretora da época que eu ia parar, porque, aos 26 eu já estava me sentindo velha para fazer foto e que ia parar de fazer TV aos 30 anos. 

Imagina? Se eu já pensei, não posso julgar a cabeça dessas pessoas que me acham velha. ‘Nossa, fulana era tão bonitinha novinha, olha como é que ela tá velha’. Já falei isso muitas vezes. Mas tem coisas que me incomodam, sim, por exemplo, falar da minha idade ou apontar as rugas que tenho, porque eu sei bem! 

Ou quando falam que eu sou careca. Minha mãe foi ficando careca, então eu sabia que ia perder cabelo e há muitos anos cortei assim curtinho. Aí tinha gente falando que eu deveria deixar o cabelo crescer e outras reclamando que não poderia raspar a cabeça. Eu já assumi isso, é genético. O problema é seu que não aceita! 

Desde sempre tem pessoas se achando no direito de apontar algo na minha aparência. Eles não precisam dizer que eu estou velha porque eu vejo o colágeno indo embora, vejo as mudanças do meu corpo. Soa como se quisessem me agredir de alguma maneira.

Nós falamos ‘aquele velho’ de forma pejorativa, não é? Tipo ‘não serve para mais nada’. Eu estou velha, sim, mas eu não sou ‘aquela velha’ porque eu ainda faço muitas coisas! Não à toa tantos projetos têm surgido para mim.  

Como você se sente, enquanto mulher aos 60 anos, envelhecendo em uma sociedade que cultua a juventude?

Pode até ser clichê, mas eu me sinto muito madura. O que adiantava usar tamanho 34, ser uma bonequinha, e ingênua e imatura aos 20 e poucos anos. Aquela cabeça que tanta gente se aproveitou, me sufocou, me diminuiu. Aquela menina que acreditava em tudo e todos. Quantas coisas não foram faladas ao meu lado e eu não levantei a voz? Eu não colocava pra fora a indignação, a raiva, seja na política, com piadinhas racistas, seja contra os animais. Eu não tinha maturidade e nem experiência.

Mas agora com esse corpinho de 60 anos, eu não aceito, eu respondo, brigo mesmo. Quando aquele indivíduo doido [ela se refere ao ex-presidente] falou aquele absurdo de “pintou um clima” com adolescentes. Eu senti tanto nojo. Queria muito fazer uma campanha chamada “Pintou um crime”. Contra velhos babões que olham para crianças de 12, 13, 14 anos. Como eu fui olhada quando era criança. Crianças dessa idade não se prostituem, são exploradas.  

A sabedoria e o amadurecimento vem com a experiência também. Não adianta ter doutorado disso e daquilo e estar voltado pro próprio umbigo. Não ouvir os outros, não se colocar no lugar do outro. Acho que a preocupação com a gordurinha ou com uma ruga não pode ser central, é mais importante cuidar da cabeça, fazer o bem. E isso a gente só aprende com a maturidade. Eu fico feliz de ter o corpo que eu tenho, com tanta energia, aos 60 anos.

Eu vivi coisas maravilhosas, sem dúvida. Mas não tive maturidade para aproveitar. Eu conheci o Junno [seu parceiro atual] aos 25 anos e a gente se reencontrou aos 50 anos e vive um amor maravilhoso. Faço questão de dizer o quanto o amo, de dar beijo na boca todo dia. Dar valor, sabe?


Por: Zalxijoane Lins, com informações da revista Boa Forma, com reportagem de Juliana Vaz.
Fotos: Blad Meneghel/Boa Forma.

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