Apagaram tudo! Poetas e escritores de Sertânia denunciam que prefeitura está apagando pinturas públicas de artistas locais


A Sociedade dos Poetas Escritores e Compositores de Sertania (SAPECAS) denunciou, através de Nota Oficial enviada à reportagem do De 1ª Categoria, que a Prefeitura de Sertânia "está apagando e destruindo a Estação das Letras de Sertânia e a Praça dos Poemas Waldemar Cordeiro, um projeto da SAPECAS, que faz um registro dos escritores e artistas de Sertânia".

A Nota relata ainda que a ação do executivo municipal "mais do que uma agressão à SAPECAS e à Memória de Waldemar Cordeiro, é uma agressão aos artistas da terra e à cultura de Sertânia. Atitude típica de um governo tirano que não tem a menor sensibilidade para a arte e que odeia a cultura e os artistas".

A SAPECAS encerra a denúncia informando que continuará com as suas ações para evitar o que chama de extermínio cultural. "Vamos continuar nossa resistência libertária e cultural a esse comício das trevas que estamos assistindo, o verdadeiro vandalismo artístico e um extermínio cultural".

A nossa reportagem tentou - durante toda a manhã - contato com a assessoria de imprensa da Prefeitura de Sertânia, mas não obteve êxito. O nosso blog está aguardando esse retorno para publicar também o lado do executivo municipal sertaniense.

Confira as fotos enviadas pela SAPECAS e, abaixo, a íntegra da Nota Oficial.










Nota Oficial da SAPECAS

A SAPECAS Sociedade dos Poetas Escritores e Compositores de Sertania vem através desta nota denunciar a  atitude da Prefeitura de Sertânia e da Secretaria de Cultura que está apagando e destruindo a Estação das Letras de Sertânia e a Praça dos Poemas Waldemar Cordeiro , um Projeto nosso da SAPECAS, Que faz um registro dos escritores e artistas de Sertânia , bem como oferece poemas e pinturas de mais de trinta Poetas sertanienses ilustrados pelo artista plástico Wilton Augusto. 

A Estação das Letras e a Praça dos Poemas Waldemar Cordeiro além de  documentarem o Acervo Literário de Sertânia , também é um espaço de pesquisa e visita de alunos das escolas de Sertânia e Ponto turistico da Terra para Pessoas que visitam a cidade. 

Mais do que uma agressão a SAPECAS e a Memória de Waldemar Cordeiro esta é uma agressão aos artistas da terra e a cultura de Sertânia.  Atitude típica de um governo tirano que nao tem a menor sensibilidade para a arte e que odeia a cultura e os artistas.

Estamos chocados com tamanha falta de limites pra maldade  e com a perversidade dos que Dirigem os destinos de Sertânia e que gerem a Cultura pública de Sertânia. 

Atitudes como esta nao apenas provocam indignação mas sobretudo é um atentado a liberdade de expressão e a consciência democrática e cultural de Sertânia e do Sertão do Moxoto.  Vamos continuar nosa resistência libertária e cultural  a esse comício das trevas que estamos assistindo., o verdadeiro vandalismo artistico e um extermínio cultural. 

Sertânia , 17 de agosto de 2017
SAPECAS Sociedade dos Poetas Escritores e Compositores de Sertania.

Poeta Gentileza tambem teve os seus muros poetizados apagados.
(Foto: Reprodução/Wikipédia).
Caso semelhante - A cantora Marisa Monte compôs e cantou - de forma melancólica - a canção "Gentileza", em homenagem ao poeta José Datrino, conhecido no Rio de Janeiro como Gentileza (1917-1996).

Ele pintava suas frases e versos embaixo de um dos viadutos situado na Avenida Brasil, de uma forma peculiar. Após a sua morte, mesmo a sua obra sendo tombada pelo patrimônio histórico nacional, a prefeitura do Rio de Janeiro pintou de cinza todas as paredes "poetizadas" por Gentileza. Fica aqui a letra da música e o nosso sentimento de indignação com o que ocorreu em Sertânia.

Gentileza
(Marisa Monte)

Apagaram tudo
Pintaram tudo de cinza
A palavra no muro ficou coberta de tinta

Apagaram tudo
Pintaram tudo de cinza
Só ficou no muro tristeza e tinta fresca

Nós que passamos apressados
Pelas ruas da cidade
Merecemos ler as letras e as palavras de gentileza

Por isso eu pergunto a você no mundo
Se é mais inteligente o livro ou a sabedoria

O mundo é uma escola
A vida é um circo
Amor palavra que liberta
Já dizia um profeta

Apagaram tudo
Pintaram tudo de cinza
Só ficou no muro tristeza e tinta fresca
Por isso eu pergunto a você no mundo
Se é mais inteligente o livro ou a sabedoria

O mundo é uma escola
A vida é um circo
Amor palavra que liberta
Já dizia o profeta

Por Zalxijoane Lins.
Fotos: Sapecas.
(Ao copiar informações daqui, favor inserir os créditos).

Postar um comentário

0 Comentários