Arcoverde perde o popular João da Informação


Faleceu na manhã desta quinta-feira (9), em Arcoverde, o popular João da Informação, o João Vicente Araújo, aos 83 anos. O velório está sendo realizado na Casa dos Vicentinos, ao lado do Colégio Imaculada Conceição, no Alto do Cardeal. Seu sepultamento está marcado para às 17h no Cemitério do São Miguel.

O apelido de João da Informação surgiu quando ele começou a decorar e a informar os telefones e endereço de pessoas influentes e pontos comerciais de Arcoverde. Isso aconteceu após um atentado, que sofreu na década de 1960, que o deixou paraplégico.

Em 1975, João iniciou o trabalho de 'centro de informações' que ficou conhecido em todo o País, com reportagens nacionais na Globo e em jornais do estado (confira abaixo uma das matérias). Em 2014, aos 80 anos, foi homenageado no Baile Municipal de Arcoverde.

Imagem: Blog Falando Francamente.
João conseguiu s proeza de decorar o número de 3,5 mil dos 6 mil terminais existentes na cidade de Arcoverde. Além da memória privilegiada, João trazia a alegria em seu sorriso e era um símbolo da história viva de Arcoverde. Agora, entra para a história com sua memória e sua alegria. Vai com Deus, João da Informação. 😢

Confira uma matéria publicada na no caderno Segunda Capa do Jornal do Commercio, no dia 13 de fevereiro de 2001:

REGIONAL
Número de telefone é com o João

No filme Rain Man, o astro americano Dustin Hoffman interpretou um autista com uma memória invejável, capaz de decorar nome e telefone de todos os assinantes de um catálogo. Pelo feito conquistou a admiração dos espectadores dos quatro cantos do mundo. Longe das telas e da ficção, no interior de Pernambuco, o sertanejo João Vicente Araújo, 67 anos, conseguiu proeza parecida ao decorar o número de 3,5 mil dos 6 mil terminais existentes na cidade de Arcoverde. Hoje, ele presta o serviço de informações mais famoso do Agreste.

“João da Informação”, como também é conhecido pelos moradores da região é o dono de uma central de informações telefônica do interior – semelhante ao serviço de informações 102. A diferença está nos métodos de armazenamento dos dados. Ao invés de computadores sofisticados, João trabalha na sua casa e usa apenas a cabeça para decorar os números. “Cheguei a ter todos os telefones da cidade de cabeça, mas o município vem recebendo novas linhas diariamente e isso vem dificultando meu trabalho. Agora vou precisar me dedicar mais para voltar a saber todos os números novamente”, avisou.

O dom de decorar os números começou há 35 anos, após João Vicente ficar paraplégico depois de ser atingido por uma bala perdida. “Passava o dia deitado e, então, fiquei memorizando os números. Depois aproveitei para montar a minha central de informações”, contou. Apesar de ‘roubar’ parte da clientela do serviço 102, ele garante nunca ter sido perturbado pelas companhias. “Recebo a média de 70 telefonemas por hora. Por minha causa, o povo vive telefonando e a empresa fatura alto com os impulsos”, argumenta.

Fonte: A Folha das Cidades.
Foto de capa: Portal Xis Club.
(Ao copiar daqui - textos e imagens - favor inserir os créditos).

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